“A culpa é de ‘Mortal Kombat’. Quando o jogo de luta criado por Ed Boon e John Tobias chegou aos fliperamas em 1992, trouxe com ele um elemento ausente de seu concorrente mais próximo, ‘Street Fighter’: ultraviolência”, comenta o jornalista especializado em cinema, Roberto Sadovski, em coluna do site Uol, explicando como a criação do game de luta tornou-se um dos elementos responsáveis pela existência do “Snyderverso”, ambiente no qual reside uma versão sombria do herói Superman, inversamente oposta ao personagem que chega com nova roupagem – e atitudes – ao cinema.
“As ‘fatalities’, golpes finais atingidos por meio de uma combinação de movimentos e botões no console, deixavam a coisa mais ‘intensa’ num festival de decapitações, mutilações e sangue de mentirinha”, continua o autor, informando que, em 2008, a aproximação de duas poderosas franquias de mercado gerou o game “Mortal Kombat vs. DC Universe”, levando a pancadaria do game para os heróis do grupo Warner.
Fruto dessa bem sucedida experiência, surgiu em 2013 “Injustice: Gods Among Us”, game no qual Superman impõe uma radical tirania de ‘justiça’ ao mundo por meio do medo, com direito a grandes confrontos entre os mocinhos e bandidos do universo DC.
No mesmo ano, e com a mesma visão de justiça a qualquer preço, Zack Snyder levaria aos cinemas seu “O Homem de Aço”, com um Superman carrancudo e punitivo, que destoava totalmente da criação original de Joe Shuster e Jerry Siegel, que espalhou esperança e harmonia pelo mundo por mais de 80 anos.
“A ideia de Snyder – e do estúdio – era fazer do filme com Henry Cavill o ponto de partida de toda uma nova DC no cinema. E aí a coisa saiu do controle”, conclui o redator, “O beco sem saída de um Superman que agia como qualquer coisa, menos como Superman”, complementa no texto.
Mortal Kombat e Superman continuam sendo importantes franquias da cultura pop, como atestam os recentes Mortal Kombat 1, game desenvolvido pelos estúdios NetherRealm Studios, Saber Interactive, QLOC, Shiver Entertainment, lançado em 2023 pelo estúdio: Warner Bros. Games, e Superman, ação do super-herói da DC Comics, dirigida por James Gunn, que estreou no Brasil no último dia 10 de julho.
Suas narrativas, no entanto, diferem por completo e a fusão destas criações transformou Superman em algo que deve ser evitado; ao menos fora do universo dos games. O artigo completo de Sadovski pode ser lido por meio deste link.
Imagem: CJR Gaming
Idealizador do projeto Indie Brasilis, ex-editor e atual colaborador do Quebrando o Controle, o jornalista se diz um Geek assumido e fanático por RPG e Dungeons & Dragons. O profissional atua desde 2007 no jornalismo de games, com passagens pelos veículos Portal GeeK, Game Cultura, GameStorming, Rádio Geek e Drops de Jogos, entre outros.
