Através de amigos comuns e do Twitter (eu sei que agora é X, mas não consigo chamar de outra coisa senão Twitter), conheci esse novo projeto chamado Dancing With The Ghosts que é outro vinho da mesma colheita do autor de um dos meus jogos favoritos de todos os tempos TOEJAM & EARL, entre outros projetos sensacionais dele. Joguei muito todos esses clássicos da dupla alienígena mais irreverente dos 16 bits no Mega Drive e depois a nova versão “Back In The Groove” no PS4.
Gostei muito da volta à raiz da série, abandonando o sistema dos jogos anteriores em plataforma ou em 3D como do Xbox original, retornando ao caos original que consagrou TJ&E como um dos melhores jogos de sempre do Mega Drive. Não posso deixar de apontar ainda o trabalho do mesmo desenvolvedor junto com Will Wright no jogo The Sims 2 e, também, em um dos mais diferentes jogos que conheço: SPORE.
Para quem for mais das antigas como eu vai se lembrar ainda de StarFlight lançado com muito esforço em 1986 e um empurrãozinho especial do já lendário naquela altura Joe Ybarra, sendo para a época um jogo avançado e ainda hoje espetacular. A versão seguinte de 1989 Starflight 2 foi lançada a seguir pela própria Electronic Arts e ganhou o reconhecimento como jogo do ano!
O nome do estúdio é HumaNature Studios, do lendário desenvolvedor Greg Johnson, que mais uma vez inova com um jogo completamente fora da caixa. Desta vez, o tema é mais sério e menos caótico do que as aventuras da nossa dupla de alienígenas favoritos fugindo de carrinhos de compras, caminhões de sorvete e dentistas malucos. Neste jogo, temos a menina Mei e um fantasminha camarada chamado Pim, controlados pelo jogador. A experiência é única, com uma narrativa acolhedora e saudável sobre a amizade entre uma garota e um fantasma que apenas ela consegue ver, em um momento muito triste de sua vida: a perda dos pais. No entanto, ela encontrará cura para essa dor por meio do amadurecimento dessa amizade e das atividades do jogo, como dançar e ajudar outras pessoas durante essa vivência tocante.
A narrativa interativa é envolvente, com uma história comovente e cativante, repleta de charme e humor. A jogabilidade é tranquila e se passa em uma pequena vila indiana, oferecendo ao jogador um ambiente sereno e cheio de detalhes encantadores. O fantasma Pim é um charme à parte: tem 11 anos, não se lembra do passado e está preso neste mundo. A química entre os personagens é irresistível, resultando em uma combinação emocionante e memorável.
Eu sempre digo em meus artigos e entrevistas o quanto admiro os videojogos como obras de arte, pelo talento e pelo toque pessoal que seus autores imprimem em cada projeto. Nenhuma inteligência artificial do mundo é capaz de replicar isso. Alguns chamam de alma, outros de paixão — seja lá o nome que se dê, é esse sentimento que transforma um bom jogo em uma experiência inesquecível.
O jogo possui versão demo na STEAM (AQUI) e até o momento gostei das mecânicas muito fluidas e com potencial para ser outro daqueles jogos de nos inspirar e furtar algumas lágrimas como Brothers e outros tão bons quanto, com um extra dos movimentos de dança que acabam dando uma leveza ao jogo e atraindo também os fãs de outros géneros que não apenas aventura ou ação.
Antes de finalizar este artigo, não posso deixar de comentar o seguinte. O jogo se baseia num momento de recuperação pessoal do autor Greg Johnson que perdeu, primeiro em 2022, sua filha adotiva de 28 anos Thi Lan e, logo a seguir, a essa inenarrável dor, perdeu a casa nos incêndios que acometeram o Havaí. Dos escombros da sua vida nasceu essa inspiração para Dançar com Fantasmas dedicado e inspirado por ela.
Com meu profundo pesar e desejo que o projeto seja outro blockbuster deste incrível lutador! Para quem quiser um acesso em primeiro mão ao jogo, o adquirir em formato digital e ter seu nome nos créditos e mais do que isso, ajudar para que o jogo seja lançado com todos os seus recursos planejados, o autor tem um KICKSTARTER aberto AQUI!
Não deixem de acompanhar aqui em breve uma entrevista completa com o Greg no lançamento!
Aprendeu em 1983 com o Atari 2600 o que era um videogame. Do tempo da internet discada, das cartas em máquina de escrever e de conversar pessoalmente! Joga desde o Telejogo Philco-Ford aos consoles mais recentes e celular, gosta de experimentar games indies. Coleciona consoles e jogos que fizeram parte da história! Pai, Motard e Gamer. 😉
