Antes de mais nada, eu adoro uma Console Wars, mas, como digo no texto, é para incentivar discursão e não para criar flame wars, isto é extremamente importante de frisar.
O Brasil tem duas versões da Guerra de Consoles. A primeira delas é que todo mundo se dava bem porque o importante era jogar, as locadoras ajudavam a não ser escolher um só lado – havia uma certa democracia em jogar todos os consoles possíveis – e ainda havia os amigos.
Mas também havia o outro lado, não tão visceral quanto as propagandas que aconteciam nos EUA e, de certa forma, também na Inglaterra e partes da Europa. Tínhamos de escolher um lado, pois o pai e a mãe da gente não podiam comprar – e nem iria – tudo que a gente queria. E se você não fosse detalhista no que quer, ao invés de ganhar um Super Nintendo, acabaria ganhando um Master System ou um clone de NES.
E mesmo aqueles que já trabalhavam naquela época, os videogames não eram artigos baratos e o suado dinheiro só poderia ir para um artigo, um Atari 2600 ou um Phantom System, ou um Master System ou um Mega Drive ou um Super Nintendo.
No Brasil nunca foi fácil ter consoles por mais velhinhos que ficassem com o tempo. O árduo trabalho de ser gamer no país é algo para se aplaudir de pé para uma boa parte da população que suou pesado para ter os seus adorados consoles perto da TV em suas casas.
Por conta disto que as locadoras foram um verdadeiro reduto para muitos aqui presentes, sem deixar de citar, claro, as casas de arcade e o bar do seu Zé, que tinha ali uma ou outra máquina de fliperama a disposição. E fizemos o nosso possível, e impossível, de ir a estes lugares até receber uma chinelada da mãe, puxando-nos de volta para as nossas casas.
Nas locadoras então? Quem aqui não gastou um troco pesado do pão para passar algumas horinhas – senão uma manhã ou tarde inteira – no lugar? Quem aqui não ficou tanto tempo nestes lugares que ganhou até a confiança do dono da locadora? E quando ia para alugar uma fita então?
Talvez a Guerra de Consoles daquela época fora mais suave e menos aparente por um outro motivo, NÃO HAVIA INTERNET para os mais extremistas espalharem a sua imposição e o seu “ódio” para com as outras plataformas escondidas, por vezes, em perfis falsos só para gerar o caos e a discórdia.
Ter um gosto por determinada marca é algo sem problema, ter opinião sobre a mesma e sobre a opositora não é nada de mais, o problema está quando se adota uma marca como se fosse uma escolha de vida e cria-se uma cruzada para falar mal da outra e de todos aqueles que ali escolheram ela.
Nós fazemos Guerra de Consoles, mas não para zombar na real sobre o Super Nintendo, Nintendo 64 ou NES, o fazemos para abrir discursão sobre aquilo que realmente gostamos, que é falar de videogame, suas curiosidades, suas novidades e as maravilhosas histórias que cada um tem.
Mas falando a verdade, sério que você gosta de Super Nintendo amarelão?

Profissão: Perigo
“Que não é o que não pode ser que; Não é o que não pode; Ser que não é; O que não pode ser que não; É o que não; Pode ser; Que não; É.”
