ONG Gamer de ex-militares é investigada por emendas de R$ 90 milhões

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A Associação Moriá, comandada por militares ex-integrantes do governo federal anterior, é uma das dez ONGs na mira de um relatório da CGU, a Controladoria-Geral da União, em razão de suspeitas de superfaturamento de custos com equipamentos para atividades de e-Sports com grupos de escolares.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, em seu orçamento de 2024, a entidade recebeu emendas de parlamentares para levar o projeto Jedis, Jogos Estudantis Digitais, para os estados de Goiás, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Bahia, Minas Gerais e também ao Distrito Federal, com o objetivo é ensinar em escolas jogos online como Valorant, LOL, eFootball e Free Fire.

A ONG foi criada em 2017 e, em 2022, presidida por Gustavo Henrique Fonseca de Deus, um ex-militar que trabalhou na gestão de projetos de Esporte no então Ministério da Cidadania, como funcionário terceirizado, recebeu uma emenda de R$ 4 milhões do deputado Pedro Augusto (PP-RJ) para organizar os jogos em dez núcleos no Rio de Janeiro.

Em 2024, já com o capitão reformado José Ferreira de Barros e Daniel Raomaniuk Pinheiro Lima, que comandou a assessoria jurídica do Ministério da Saúde na gestão Bolsonaro, respectivamente como vice-presidente e diretor administrativo da ONG, a Moriá foi uma das associações que mais recebeu recursos financeiros do orçamento da União, a partir de emendas do congresso nacional. Só a bancada do DF na Câmara destinou o valor de R$ 37 milhões para as ações da entidade.

A Controladoria-Geral da União identificou gastos “evitáveis” de R$ 1,7 milhão somente em dois dos convênios firmados, apontando “ausência de análise crítica” na aprovação de orçamentos e de critérios consistentes “para aprovação e análise dos planos de trabalho”, da organização não governamental.

De acordo com a reportagem, a ONG recebeu “mais de R$ 90 milhões em 26 emendas parlamentares nos últimos três anos para ações que vão de competições de jogos eletrônicos em dez estados a controle de zoonoses no Acre”.

Imagem: reprodução | Revista Oeste