Foto : Panasonic
O 3DO é um tipo de console que teve acesso limitado na época, mas sempre chamou atenção. Foi um dos primeiros da chamada ‘geração 32-bits’, uma iniciativa liderada pela Electronic Arts que contou com diversos parceiros. Embora tenha trazido jogos interessantes, o 3DO não conseguiu competir com o PlayStation, Saturn e Nintendo 64.
O projeto tinha uma ideia interessante, pois não era um videogame produzido pela própria EA, mas sim um sistema de hardware compartilhado. Empresas como Panasonic, Goldstar/LG e Sanyo tiveram o direito de produzir o console com suas próprias marcas, semelhante aos videocassetes ou aparelhos de DVD do passado.
No entanto, o sistema não conquistou os jogadores, teve poucas unidades vendidas e foi retirado de circulação rapidamente. Ainda assim, a Panasonic, por meio de sua empresa-mãe Matsushita, decidiu apostar em uma sequência: o M2, o console que gerava especulações nas antigas revistas de videogame.
Como sabemos, o M2 permaneceu apenas como um protótipo e nunca foi lançado como videogame. No entanto, a Panasonic aproveitou a tecnologia do sistema e lançou-o em forma de outros produtos, para uso industrial e até mesmo na medicina.
Uma dessas unidades ficou conhecida como FZ-35S, um sistema lançado pela Panasonic com base no M2, destinado ao mundo dos negócios. Por causa disso, o dispositivo possuía o hardware do videogame não lançado, mas também dispositivos IDE e Zip. Era basicamente um computador que poderia ser considerado uma versão mais moderna do MSX, unindo o espírito de um videogame a um sistema voltado para funções corporativas.
Como você pode imaginar, esse dispositivo é raro, mas uma unidade foi vendida no Yahoo Auctions Japan por 150 mil ienes (cerca de R$ 5.360). O sistema veio acompanhado de um jogo, o Pon Pon Land. Esse valor está bem abaixo do que eles realmente valem em outros locais de venda, sendo uma verdadeira pechincha. Estima-se que existam entre 10 a 50 mil unidades do M2.
No Japão, o M2 teve uma história interessante, embora tenha ficado muito aquém das expectativas da Panasonic, que desejava competir de frente com Nintendo, Sony e SEGA pela preferência dos jogadores. Um fliperama da Konami, chamado Tobe! A Polystars, foi lançado usando o M2 como base, além de Battle Tryst, que também utilizou o sistema que nunca se tornou um videogame real, mas teve sua utilidade.

Jornalista e blogueiro
“Em cada trabalho que deve ser feito, há um elemento de diversão.”