DOOM 2016 | Review

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Após 12 longos anos, DOOM está de volta dando mais força ao FPS, porém mantendo a originalidade da série!

Desenvolvido pela id Software e originalmente lançado em dezembro de 1993, a franquia marcou o mundo dos videogames quando decidiu mesclar o gênero FPS, que ganhava força com o lançamento de Wolfeinstein 3-D, lançado um ano antes, com a temática apocalíptica. O jogo demorou apenas 9 meses para ser concluído, porém o sucesso entre a crítica e a comunidade gamer fez com que ele ganhasse uma sequência dois anos depois, intitulada DOOM II: Hell on Earth.

Anos mais tarde, os produtores decidiram dar uma nova cara a série. Assim, DOOM 3 foi totalmente refeito: um tom mais sombrio que lembrava os jogos de survivor horror, um pouco diferente do que os jogadores estavam acostumados, e com gráficos à frente de sua época, o jogo mais uma vez surpreendeu a todos e se firmou entre os maiores de todos os tempos.

Em 2009, a id Software foi comprada pelo grupo ZeniMax Media, detentor dos direitos da Bethesda Softworks, algo que fez os fãs questionarem o futuro da série. Contudo, um gameplay apresentado na E3 de 2015 mostrou que DOOM estava pronto para fazer seu retorno e mostrar o porquê de ser uma das franquias mais lembradas no mundo dos video games.

ENREDO

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Em um futuro distante, onde a raça humana elevou os patamares da exploração espacial fazendo com que habitar outros planetas seja algo possível, o jogador acorda em um local onde o mesmo parece ter sido “invocado”. Lá, tudo está fora de controle e demônios e outras criaturas oriundas das profundezas do inferno tomam conta do lugar.

Ao explorar um pouco mais, o personagem encontra seu uniforme de Space Marine  e vai de encontro àquela que parece ser a única alma que não perdeu a consciência ou foi aniquilada por alguma criatura. Em arquivos espalhado por diversas partes do cenário, você descobre que os cientistas, que um dia habitaram a instalação espacial, estavam à procura de uma nova fonte de energia, a mesma seria de grande auxílio ao desenvolvimento da raça humana, mas o preço que seria pago por obter tal vantagem estava acima de qualquer suspeita deles.

A pesquisadora Olivia Pierce trabalhava em conjunto com outro cientista, Dr. Samuel Hayden, que era vítima de uma grave doença e transferiu toda sua consciência para um corpo cibernético para que sua pesquisa não fosse interrompida e assim continuar seus estudos. Misteriosamente, toda a equipe de Olivia desaparece e a mesma está agindo de forma estranha, ocultado dados e informações valiosas de seus trabalhos, até o momento em que tudo começa a dar errado e fica fora de controle. Ela não vê outra saída a não ser chamar a única pessoa capaz de transitar entre os dois mundos e parar a ameaça: DOOM SLAYER.

GAMEPLAY

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Diferente de seu antecessor, DOOM 3, o novo jogo tem foco principalmente no combate. O clima tenso e assustador que tomava conta do jogador a cada novo cenário foi substituído pela tensão durante o combate. Hordas de inimigos dos mais variados tipos  acompanhados sempre de uma trilha sonora pesada fazem com que o jogador se preocupe em montar estratégias rápidas e precisas para erradicar todos os rivais do cenário. 

Para acompanhar o combate rápido que o jogo propõe, as armas não recarregam, ou seja, se o jogador possui 20 tiros em sua arma, ele poderá realizar os 20 disparos de forma ininterrupta, isso torna a fluidez durante o combate extremamente natural. O seu personagem se move de maneira ágil pelo cenário, algo que não faz o jogador sentir falta de um botão específico para dar uma corrida, além do fato de o mesmo escalar caixas e subir plataformas sem necessidade de escadas ou outros elementos do cenário.

Além dessa melhoria em seu arsenal, o jogador conta com um sistema de runas que melhoram o combate. As runas podem ser obtidas através de desafios espalhados no cenário. O jogador deve descobrir onde elas estão e, caso aceite o desafio, ele deverá seguir as regras do mesmo para conquistá-la.

Outro sistema introduzido no gameplay foi o Glory Kill. Durante o combate com um inimigo, após o jogador inferir uma determinada quantia de dano ao oponente, o mesmo ficará em um estado atordoado e uma indicação luminosa em seu corpo mostrará que será possível executá-lo usando o método Glory Kill. O método consiste em destruir o oponente de forma brutal em uma breve animação que varia de acordo com a maneira que o comando foi executado, além de dar um bônus de HP e munição.

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Glory Kill!

A famosa serra elétrica e a poderosa BFG também estão de volta e podem ser utilizadas de forma diferente. Caso o jogador se encontre em situações onde não tem como escapar de um inimigo, ou toda sua munição foi gasta e mesmo assim os inimigos ainda estão espalhados pelo cenário, o jogador pode usar a serra elétrica que necessita apenas de um ataque para finalizar o inimigo além de fazer com que o mesmo drop uma quantia absurda de munição para todas as suas armas. Já a BFG pode erradicar inúmeros inimigos apenas com um disparo. Por outro lado, ambas dependem de uma munição extremamente escassa, por isso, o jogador deve saber a hora certa de utilizar essa vantagem, ou a estratégia pode virar contra ele.

EQUIPAMENTOS E ARMADURA

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Quanto mais o jogador explora o universo do jogo, seja na base espacial de Marte ou nas profundezas do inferno, os inimigos tendem a ficar cada vez mais fortes. Para balancear isto, o jogo possibilita upgrades de suas armas e armadura. Por todo o mapa, alguns colecionáveis secretos estão escondidos, cabendo ao jogador procurar por eles em cada estágio, além disso, ao iniciar um capítulo, o jogo lhe proporciona um número de desafios que, ao serem completados, dão pontos para distribuir no upgrade de armas.

As armas possuem dois modos que podem ser alternados durante a ação e estes têm seu upgrade de forma individual. É possível fazer o upgrade total das armas, caso o jogador tenha paciência de procurar por todos os colecionáveis e itens espalhados por todas as fases, algo que pode ser bem divertido pois o jogo gratifica aqueles que gastam mais tempo à procura destes itens com diversos easter eggs que fazem qualquer jogador de DOOM se divertir um pouco mais enquanto joga, além de quebrar o clima de maneira sutil.

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MULTIPLAYER

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O multiplayer final não sofreu muitas alterações se comparado ao beta que foi liberado pouco antes do lançamento. O game conta com um modo multiplayer bem simples com relação aos outros existentes no mercado, contudo, durante as partidas, o jogador tem a possibilidade de se transformar em um dos inimigos do modo campanha, uma espécie de power up que o coloca na pele dos temíveis monstros.

Outro fator interessante são os SnapMaps, ou seja, mapas personalizados feitos pelo jogador. A criação é bem simples, pois o tamanho e as partes se encaixam de maneira bem rápida lembrando até uma partida de Tetris.

Aspectos Positivos:

  • Combate: Sem dúvidas, é um dos pontos fortes do jogo. Em alguns momentos, o jogador sente toda a tensão de enfrentar as diversas hordas de inimigos, e a jogabilidade faz com que o mesmo compre esta ideia ou ele não irá obter sucesso durante a campanha. Durante alguns momentos, a fluidez e combate são tão intensos que chegam a lembrar jogos com Unreal Tournament.
  • Trilha Sonora: Somado a este combate, a trilha sonora faz sua parte de forma impecável. Em determinados momentos, quando inimigos mais fortes surgem em meio ao campo de batalha, a trilha sonora traz este peso à jogabilidade fazendo a imersão do jogador ser ainda maior.

Aspectos Negativos:

  • Loading: Mesmo com a instalação de quase 120gb no seu HD, Doom peca com telas de loading que duram um tempo acima do esperado para um jogo de seu tamanho e diversas vezes quebra um pouco da imersão durante o combate ou até mesmo exploração. Se compararmos a jogos como Uncharted 4, que possuiu apenas um loading inicial que demora muito tempo, após isso, caso o jogador fracasse ou morra, o tempo para voltar à ação é quase imediato.
  • História: A campanha dura aproximadamente 10 horas e o jogador mal lembra a história do jogo, por ela ser bem rasa. Em diversos momentos, agi da mesma forma que o personagem principal, estando ali somente para exterminar todos os demônios e fechar o portal para o inferno, fazendo o trabalho do Doom Slayer, diferente do antecessor, onde o clima e os files achados durante a exploração davam um ar mais tenso que ajudava no desenrolar da história.

CONCLUSÃO:

É fácil afirmar que DOOM é um jogo indispensável para os fãs do gênero FPS. A sua nova abordagem prova que o gênero que parecia que não teria mais para onde ir está mais vivo do que nunca e tende a melhorar. A campanha, embora curta, promove diversão e satisfação aos jogadores. Caso primem por um desafio um pouco maior, o jogo contém um modo que é habilitado após a conclusão em qualquer dificuldade, intitulado Ultra-Nightmare, onde a morte é permanente, ou seja, cada vez que você morrer, deverá recomeçar o jogo do ultimo capítulo que foi desbloqueado.

Plataforma Utilizada:  PS4

Plataformas Disponíveis: PS4, Xbox ONE e PC

Encontre o jogo deste review e outras novidades em:

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André Mesquita
Mercante e amante de jogos digitais
‘A cultura gamer vai muito além de pressionar botões’