Unity cancela ‘Runtime Fee’, sua polêmica taxa de tempo de execução

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A polêmica taxa de instalação e reinstalação para usuários do motor de games Unity acaba de ser revogada pela empresa, um ano após a política de preços adotada.

A empresa passa a adotar novamente os planos de assinatura a partir do número de funcionários dos estúdio e na receita do projeto, e focou no aumento substancial dos planos Pro e Enterprise.

Um ano atrás, a Unity tomou a decisão de cobrar taxas a partir do no número de instalações do software e não apenas com base nas vendas dos jogos produzidos com o motor.

A taxa de tempo de execução é um sistema de cobrança de preços que exige que desenvolvedores de games e usuários da engine paguem à Unity uma porcentagem de sua receita ao ultrapassar um determinado limite de vendas do game ou do engajamento de público.

Com isso, os estúdios precisariam pagar entre US$0,005 e US$0,20 por instalação do sistema, após ultrapassar um determinado teto, que variável entre US$ 200 mil a US$ 1 milhão a depender da modalidade do plano adquirido.

Vale citar, a taxa de tempo de execução só se aplicaria aos jogos desenvolvidos no motor Unity 6 ou ou portados para o novo programa.

A decisão gerou enorme mobilização entre os desenvolvedores indignados com a novidade, que prometia trazer o risco de perdas financeiras no momento em que seus jogos se tornassem bem-sucedidos, com estimativas de pagamento por vezes superior à capacidade dos estúdios independentes de honrarem tais compromissos.

O alarde levou ao cancelamento de licenças da ferramenta Unity e os indies passaram a procurar por alternativas, em grande parte migrando para o Godot, recurso gratuito para a produção de jogos digitais.

Com o cancelamento da taxa de tempo de execução anunciado, a empresa passa a depender integralmente do valor das assinaturas dos desenvolvedores.

No comunicado oficial, o novo presidente e CEO da empresa, Matt Bromberg, apresenta o panorama geral de informações que passam a ter vigência imediata:

Unity Personal: Conforme anunciado no ano passado, o Unity Personalpermanecerá gratuito e dobraremos o teto atual de receita e recursos financeiros de US$ 100.000 para US$ 200.000. Isso significa que mais pessoas podem usar o Unity sem nenhum custo. A tela inicial Made with Unity se tornará opcional para jogos Unity Personal desenvolvidos com o Unity 6 quando ele for lançado no final deste ano.

Unity Pro e Unity Enterprise: Modificaremos os preços das assinaturas e os limites de receita anual qualificada, a partir de 1º de janeiro de 2025. Essas alterações serão aplicadas a todos os clientes novos e existentes do Unity Pro e Enterprise na compra, atualização ou renovação de uma assinatura a partir dessa data.
Unity Pro: Um aumento de 8% no preço da assinatura, para US$ 2.200 anuais por licença, será aplicado ao Unity Pro. O Unity Pro será obrigatório para clientes com mais de US$ 200.000 de receita anual total e recursos financeiros.

Unity Enterprise: Um aumento de 25% no preço da assinatura será aplicado ao Unity Enterprise. O Unity Enterprise será obrigatório para clientes com mais de US$ 25 milhões de receita anual total e recursos financeiros. Uma exigência de assinatura mínima também pode ser aplicada. Como esse conjunto de nossos maiores clientes tem necessidades exclusivas e usa muitos de nossos produtos e serviços, entraremos em contato com todos nos próximos dias para discutir pacotes personalizados.

“A partir de agora, continua o comunicado, a intenção é” voltar a um ciclo mais tradicional em que qualquer aumento potencial de preços é considerado apenas anualmente”. “Nosso compromisso continua sendo o de que, se alterarmos os termos do software Editor de forma que afete o usuário, ele poderá continuar usando a versão atual do software conforme os termos previamente acordados”, afirmam.

Em vista da revolta gerada junto ao setor de games ano passado, especialmente entre os independentes, parece improvável que a empresa consiga uma adesão em massa para a nova modalidade.

Imagem: Games Industry