Elio Filho, articulista do Quebrando o Controle e redator do site parceiro Sidequest.pt afirmou, em contato recente, ter “a sorte de conhecer um engenheiro e artista singaporeano que coleciona brinquedos, tem como hobby as miniaturas mas, acima de tudo, é um jogador ávido”, para registrar a “incrível coleção de mini-consoles feitos à mão individualmente” pelo entusiasta de games e consoles.
“O Nicholas [é] uma pessoa muito tímida (típico dos orientais), mas ao mesmo tempo sua inteligência e capacidades gritam alto por si”, relata o colaborador. “Quando soube desse talento incrível, o procurei naquela época da visita do Trip Hawkins à minha casa e, desde então, acabamos por ficar amigos e tenho muito orgulho”, relata.
Na residência do amigo, situada em “um vilarejo arborizado no meio da metrópole”, Elio destaca a existência de “uma sala especial ao lado da sala de jantar: um espaço para miniaturas, LEGO e videogames”.
“O espaço, apesar de reservado, é compartilhado pelo filho único Joshua, um estudante de economia que partilha com o pai o amor pelos videojogos, quando o tempo permite entre os estudos universitários e o seu trabalho na organização cívico-social NUS de Singapura”.
Elio Filho observou que a “sala secreta” exibe uma coleção de personagens, algumas estátuas de Gundam feitas em LEGO e “a coisa mais sensacional que já vi: uma mini-cidade ‘viva’ toda feita em peças de LEGO, cada casinha tem vida própria acontecendo, luzes que oscilam, pessoas a trabalhar, é um parque da Disney em versão bloquinhos de plástico”.
No local, o correspondente do site presenciou, também, uma exposição de mini-consoles “toda feita em impressora 3D e depois acertada e trabalhada nos mínimos detalhes pelas mãos do artista. Cada adesivo, cada inscrição, cada logotipo, centímetro por centímetro é replicado com precisão na miniatura”, salientou no relato ao QoC.
O hardware utilizado é o RetroPi, como informa, em razão da facilidade e tamanho, com o sistema de cada um deles totalmente personalizado num cartão SD comum.
“O mini-3DO, por exemplo, faz boot como um 3DO original, com os logotipos e tudo. O mini-Megadrive faz o boot com o logotipo da SEGA no meio da tela, tudo para fidelizar a experiência como deve ser respeitando o hardware e o software originais. Os comandos são adaptados dentre os modelos USB disponíveis, porém, respeitando a arte e as cores do console a que se refere”.
“É sempre agradável falar sobre minha coleção de mini-consoles, o que é bem apropriado já que sou de Singapura: uma mini cidade/país por si só! Jogo videogame desde que me lembro. Primeiro foi um chamado “Soundic Pong Console” e continuo a jogar até o Sony Playstation 5 de hoje! Meu jogo retrô favorito seria o Konami Wai Wai World para o NES. Poucos ouviram falar dele, mas era uma mistura de personagens de vários jogos da Konami”, comentou o responsável pela recriação dos dispositivos em escala reduzida.
“Os jogos de antigamente ocupam um lugar especial não apenas no museu, mas no meu coração. Meu primeiro mini-console de jogos foi, na verdade, uma Nespi Retroflag (NES Mini), comprado e que tinha um Raspberry Pi integrado, nos idos de 2018. Poder ter e jogar tantos jogos em uma caixa pequena, mas familiar, trouxe de volta todos os tipos de sentimentos confusos e memórias calorosas… Foi basicamente isso que começou meu amor e, de certa forma, obsessão pelos minis”, declarou no bate-papo com Elio.
“Querendo melhorar ainda mais a ideia, comprei um mini HUB Genesis e o modifiquei para caber um Raspberry Pi!. O primeiro mini-console totalmente feito [por mim] foi uma réplica do Atari 2600. Sendo engenheiro eu tinha o software para esboçá-lo e modelá-lo e então o imprimi em 3D. Muito trabalho foi gasto na pós-impressão; preparação, lixamento, pintura, etiquetas, etc. O que era novo para mim era a parte do software, ou seja; Retro Pi, emuladores e jogos, ressaltou.
Nicholas explicou que já produziu um total de onze mini-consoles até momento, sendo seu favorito o 3DO modelo FZ1. “Foi o último que fiz e tem detalhes bem precisos, até o LED verde piscando ao carregar. A tela inicial personalizada durante a inicialização também é algo com que estou bastante satisfeito. Tive muitos consoles quando criança e me arrependo de nunca tê-los mantido”, confidenciou.
Esta coleção e seu compêndio de jogos são parte daquela memória que tento recriar. Para o futuro, pretendo terminar o PlayStation 2 modelo FAT, que tenho procrastinado há quase um ano, e logo a seguir veremos, talvez outra versão da 3DO no modelo FZ10 para surpreender alguns bons amigos que foram os projetistas tanto do hardware com do software originais… só o tempo dirá!”, finalizou o engenheiro.
Abaixo, você acompanha um vídeo gravado pelo correspondente, com as muitas miniaturas de LEGO do parceiro singaporeano.
Imagem: acervo pessoal de Elio Filho
Elio Filho aprendeu em 1983 com o Atari 2600 o que era um videogame. Profissional do tempo da internet discada, das cartas em máquina de escrever e de conversar pessoalmente! Do Telejogo Philco-Ford ao dispositivo móvel mais recente, gosta de experimentar games indies e de ajudar a se tornarem títulos AAA. Pai, Motard e Gamer, é também colaborador no Quebrando o Controle.
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