Indie Games Brasilis: as iniciativas de preservação do game nacional

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A ideia de preservar um legado dos games produzidos no Brasil não é nova e alguns esforços têm sido tentados ou realizados ao longo dos anos, como forma de manter um panorama mínimo sobre a memória dos indies brasileiros.

A produção mais conhecida entre os interessados no assunto é, provavelmente, o catálogo Game Brasilis, lançado pelo Senac de São Paulo, em setembro de 2003, e capitaneado pela talentosa diretora e game designer Ale McHaddo, com a compilação de 32 jogos desenvolvidos no país, começando com Amazônia, de Renato Degiovani, como representante dos anos 80, encadeando outras produções.

É um material sucinto, que traz poucas informações, como ano de lançamento e uma sinopse, mas foi um registro pioneiro e importante à sua época.

Com 1983: O Ano dos Videogames no Brasil, Marcus Garrett documentou a história da chegada dos jogos eletrônicos ao Brasil, a partir da Reserva de Mercado e apresenta entrevistas com importantes personalidades da indústria brasileira. A produção é menos voltada aos games brasileiros, com destaque para a indústria de consoles, mas nossos indies também aparecem na pesquisa.

O Bojogá é uma pesquisa permanente do educador Daniel Gularte na preservação histórica dos games produzidos no Brasil, surgido no longínquo ano de 2008.

O museu virtual conta com mais de 4 mil conteúdos sobre jogos brasileiros e seu acervo físico está sediado em Fortaleza, no Ceará, constituindo uma das produções pioneiras no país nesse sentido, em constante atualização.

Na mesma linha de pesquisa, mas com outro modelo de produção, Paralelos é uma websérie documental de três episódios lançada pela marca Red Bull, criada por Pedro Falcão e Hugo Haddad, em 2017.

O projeto traça um panorama dos games no Brasil, trazendo temas como a pirataria nos games e modificações nos eSports (os ‘Mods’), em jogos como Winning Eleven e Counter-Strike, entre outros.

Pedro Zambon desenvolveu e lançou, durante o BIG Festival 2018, o aplicativo GamesBR, uma compilação de informações sobre o cenário da produção de games até aquele momento no país.

O projeto foi financiado pelo edital App pra Cultura do Ministério da Cultura e foi um catálogo de informações para desenvolvedores, pesquisadores, professores e investidores interessados em conhecer os games brasileiros.

O VGBD – Video Game Data Base é um vasto banco de dados dedicado à memória dos games, especializado em informações detalhadas sobre os jogos no Brasil. Além de uma ampla listagem dos jogos lançados para todas as plataformas, com textos, fotos e vídeos, o projeto mantem uma contínua pesquisa de atualização das novidades do mercado.

Indie BR em 5 foi uma iniciativa do jornalista Pedro Zambarda com a produção diária de uma série de vídeos com informações sobre os jogos indies brasileiros em um total de 366 dias corridos, em 2020.

O projeto foi marcante, pelo formato de produção e pelo resgate de criações nacionais que merecem destaque, e segue disponível online, no canal de vídeos do Drops de Jogos.

A História dos Jogos Brasileiros é uma iniciativa do desenvolvedor José Lucio Mattos da Gama, também conhecido no meio como SLotman, que anunciou, por volta de 2016, a intenção de escrever um livro com informações sobre os games brasileiros esquecidos ou apagados pelo tempo.

Segundo informações recentes, a ideia permanece em pauta, de modo que talvez o público seja contemplado com mais uma pesquisa sobre os jogos nacionais, desde os primeiros tempos.

Estas não são as únicas iniciativas voltadas à preservação e resgate da memória dos games brasileiros, mas dão uma boa indicação da importância do tema, que realmente exige mais pesquisas e registro de nossa história.

O Indie Brasilis, como já comentado em outras publicações nesse site, teve sua produção e revisão finalizadas e, em breve, entra em campanha de financiamento coletivo.

O site do Indie Brasilis já está online, com algumas informações e textos dos games nacionais, e pode ser acessado em indiebrasilis.com.br. A campanha está disponível na plataforma Catarse.

Imagem: fotomontagem