Por Um Punhado De Bits: Precisa Ser Presencial?

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Final do ano chegando, festas, presentes, viagens entrando em pauta e nada do jogo ficar pronto. Vale a pena um sprint neste momento, para pelo menos começar o ano em um patamar mais adiantado? Pensar…

Cada caso é um caso e portanto essa é uma decisão pessoal ou grupal, vinculada às características de cada projeto. Mas algumas coisas encaixam perfeitamente em todos os casos: agora é a hora de considerações.

Em primeiro lugar, final de ano é época de festas, férias escolares, balanços (nas empresas) e já é praxe uma certa desaceleração das atividades. No mundo da propaganda e do marqueting, dezembro, janeiro e fevereiro são meses “mortos”. O que se vê nesses tempos são atividades já contratadas e planejadas no meio do ano anterior. Portanto, investir esforço extra agora pode não dar os resultados planejados, daí ser um momento ideal para reflexões.

Por exemplo: ano que vem tem um monte de eventos acontecendo na primeira metade do ano e se existe a menor possibilidade de levar o seu projeto a um deles, a hora de decidir sobre isso é agora. Ou pelo menos ela começa agora, mas não pode ser estendida por muito mais tempo.

A “inatividade” comercial do início de ano pode ser um fator favorável no estabelecimento de melhores condições de negociação: feira / mostras / festivais são como passagem de avião, se deixar para a última hora, paga mais caro.

Se a decisão do momento for no sentido de passar ao largo das feiras e eventos, por questões financeiras ou pelo jogo ainda não estar “pronto” para esses momentos, segue o barco. Mas se não for assim, então é conveniente anotar alguns pontos ai no seu caderninho, porque pesarão e muito.

A regra básica inicial é a seguinte: nada é de graça e mesmo se o evento ocorrer na sua própria cidade, ainda assim terá um custo, então, este é o momento de calcular o tamanho dos recursos a serem disponibilizados. O lado ruim de vivermos em um país continental é que os locais são sempre muito distantes um do outro, logo, sempre existe um custo de deslocamento e de hospedagem. E nem entramos ainda nos custos efetivos para mostrar seu jogo ao mundo, ou pelo menos a uma parte bem pequena dele.

Ainda assim vale o momento de reflexão e avaliação dos objetivos deste tipo de exposição: ser visto, vender, aprender. Levar em conta coisas como: feiras que não permitem venda ou só a exposição; localização pretendida do estande; dimensões e visibilidade; custo por metro quadrado; material de apoio e divulgação e (fundamental) a vizinhança. E claro, tudo tem que estar pronto a tempo, para que não ocorram atropelos. Na dúvida, ano que vem tem mais.

É inegável que estar com um jogo presente em eventos é uma experiência ímpar e reveladora, mas tome cuidado para não acrescentar a ela algumas dívidas. O importante é ter algum tipo de retorno. Se esse retorno será significativo, só o tempo dirá.

Deixo aqui algumas indicações de eventos para o ano que vem. Pesquise as datas, as condições, preços, etc. SBGames, BGS, Gamescon, Jogatório, Retrocom e, talvez, Feira do Livro, Campus Party, CCXP e outras mais genéricas.

Conhecer gente, mostrar seu jogo, se enturmar é uma boa prática. Vale também conhecer / cobrar pelo papel das associações, grupos, pessoal do curso, etc. Mas lembre-se que todo evento é efêmero e seus resultados podem não ir adiante logo após o encerramento.

Mas, se tudo der certo, quem sabe a gente se vê num desses eventos por aí.

Então, se quiser criticar, elogiar, xingar, falar palavras de incentivo, mandar pix pra ajudar na aposentadoria, etc, o canal mais eficiente é o velho e surrado e-mail: renato@tilt.net. Sinta-se livre pra descer o sarrafo porque nesta altura do campeonato, meu amigo, eu já sofri todas as críticas positivas e negativas que um gamedev pode sofrer.

Imagem: Microsoft Creator