Review – Sackboy: Uma Grande Aventura
Little Big Planet no more… Agora é Sackboy!
Introdução
Well, well… aqui estamos, em dezembro de 2020, a humanidade tenta sair da crise mundial de Coronavírus, as vacinas estão chegando, uma luz no final do túnel se ascende, para que a humanidade retome seu caminho em um mundo “normal”.
Os gamers, além da pandemia, tentam se virar em meio à escassez dos novos PlayStation 5 e Xbox Series X, que estão esgotados no mercado e, os poucos disponíveis para venda alcançam preços estratosféricos. Por hora, sem previsão de reabastecimento de estoques das duas plataformas.
Vex vem importunar a paz de Craftworld
Nesse cenário a Sony foi complacente com sua base de fiéis jogadores (ok, só não foi complacente com os donos de PS4). É óbvio que esse lançamentos para duas plataformas são esperados em vários casos, como sempre ocorre nas transições de velhos para novos videogames, maximizando o lucro da empresa) e disponibilizou dois dos grandes jogos que saíram junto com o PS5, para o PS4. São eles: Sackboy: Uma Grande Aventura (A Big Adventure, no original) e Marvel’s Spider-Man: Miles Morales (que será objeto de review em breve, aqui no Quebrando o Controle da UCEG!).
É muito legal a Sony permitir que os jogadores que comprem a versão do PS4 de Sackboy possam jogá-lo no PS5 com todas as melhorias do novo console, (isso quando comprarem um, né?). A mesma iniciativa se estende a Marvel’s Spider-Man: Miles Morales (é bom deixar claro para o amigo leitor que no caso do teioso, existem 2 versões distintas disponíveis para cada plataforma, PS4 e PS5. A versão regular e a Ultimate que acompanha o jogo original do Spidey, Peter Parker, remasterizado para o PS5. A versão Ultimate para o PS4 está disponível só para compra digital – não tem mídia física – mas garante a você jogar ambos os jogos tanto no PS4 quanto no PS5).
Bem, feitas as considerações iniciais (que não foram poucas, me desculpem), vamos ao Little Big Planet (ops, desculpa, é a força do hábito…) à Grande Aventura do Sackboy.
Um mundo fofo
Para quem esteve hibernando nos últimos 15 anos (ou, de repente, foi abduzido pelos aliens responsáveis pelos monolitos que vêm se espalhando pelo planeta), impossível ignorar a existência do Sackboy.
Depois de estrelar dois grandes jogos de plataforma no PS3, e mais um no PS4, dar as caras em um jogo de kart divertidíssimo e ainda se digladiar com Kratos e Nathan Drake em Playstation All-Stars Battle Royale e até no finado PS Vita, a Sony escolhe seu mascote mais bem sucedido (desculpa Sly, Ratched e tantos outros), para liderar junto com o Homem-Aranha a transição das geração PS4 para PS5.
A grande diferença já aparece no nome: Sackboy. Sackboy deixa de ser o protagonista de um jogo chamado Little Big Planet e agora estampa seu nome logo na caixa de cada jogo. É, a meu ver um reconhecimento da importância do personagem.
O level design é incrível
Neste cenário Sackboy dá as caras em um jogo diferente das origens de Little Big Planet (LBP), reforçando o rompimento com as origens. Se LBP surgiu como um jogo de plataforma onde era possível interagir criando cenário do jogo e regras (a la Mario Maker), Sackboy é um jogo de plataforma 3D puro.
Puro na mais profunda excelência desse estilo de jogo.
A trama do jogo é bem simples, até comum para o gênero. Sackboy testemunha o vilão Vex invadindo Craftworld e sequestrando todos os residentes do mundo, assim ele os força a construir o Topsy Turver e desafia o Sackboy a fazer algo a respeito.
A aventura abrange um grande número de mundos temáticos a serem explorados pelo jogador. Esses mundos têm níveis menores para atravessar, e o objetivo é reunir as Dream Orbs para progredir de um lugar para outro – quase como Mario e sua equipe coletando estrelas. Quanto mais orbes ele coleta, mais lugares ele desbloqueia e mais perto ele fica de resgatar seus amigos. A história é simples, mas muitíssimo bem contada e, aqui, um destaque para a regionalização feita para o Brasil, com dublagem primorosa!
Little (ops, de novo, vai ser difícil acostumar), Sackboy é um jogo suave, mas não bobo.
As fases são inteligentes. Os chefões desafiadores na medida certa
Um jogo para a família, mas com curva de dificuldade acertada até para jogadores mais experientes.
Fácil se for jogado com superficialidade, mas repleto de mecânicas inteligentes e quebra-cabeças.
O nível de desafio para conseguir alcançar todos os itens escondidos pelas fases é um verdadeiro deleite. Achar as formas de interagir adequadamente com os cenários, um verdadeiro prazer que me fez ficar horas na frente da TV avaliando os cenários e possíveis entradas. Outro ponto de grande destaque é a variedade absurda de inimigos. Os chefes de fase são impressionantes, pela variação (nunca se repetem) e criatividade no visual.
O humor, é sutil. Divertidíssimo! O fator replay, enorme! Conquistar fantasias se torna um verdadeiro vício, difícil deixar de lado.
É difícil não repetir uma fase para buscar mais uma fantasia
E mais um aspecto digno de nota: a trilha sonora! Putz! Impossível não se empolgar, por exemplo, com as fases embaladas por Uptown Funk, de Bruno Mars, Let’s Dance de David Bowie e Jungle Boggie, de Kool and The Gang, com a sincronia perfeitamente coreografadas dos movimentos que aparecem em tela com o ritmo das músicas. Impossível jogar só uma vez as fases “musicais”.
Tente ignorar e falhe miseravelmente
É de se destacar, ainda, que Sackboy foi tratado como um jogo família em sua gênese. E um dos aspectos mais legais disso, é o modo cooperativo. Não tive a oportunidade de jogar online mas com pretendo fazer uma atualização deste review após jogar este jogo no PS5, farei este complemento num futuro próximo.
Veredito
A Sumo Digital, deve estar orgulhosa com o que conquistou aqui. Certamente jogaram muito Mario Odyssey e Astrobot: Rescue Mission (esse, a meu ver, o melhor jogo de PSVR, que explora perfeitamente o potencial deste add-on em um jogo de plataforma) e executaram um jogo digno de nota, difícil de ser esquecido.
Sackboy é colorido, divertido, inteligente e conta com uma trilha sonora esplendorosa. A Sony se despede do PS4 em grande estilo. E dá boas vindas ao PS5 de uma forma muito, mas muito mais interessante do que o fez com Knack (lembra que Knack foi escolhido como jogo do lançamento do PS4? Bem, ele não chega aos pés de Sackboy).
Post Script
Post Script de hoje é curtinho e é sobre trilha sonora: como faz falta uma trilha sonora competente em um jogo. Há tempos não via uma interação tão grande de música com level design como nas fases musicais de Sackboy.
Ponto 2: xóvens, por favor, acessem os Spotfy, Amazon Music, Deezer e outros aplicativos similares e coloquem nas suas playlists tudo o que encontrarem de David Bowie e Kool and the Gang. Seus ouvidos agradecerão.
Prós: Gráficos maravilhosos, história bem contada, level design primoroso e trilha sonora como há tempos não se via.
Contras: uma hora ele acaba.
Pontuação: 10/10
Dados técnicos:
Sackboy: Uma Grande Aventura (A Big Adventure)
Desenvolvedor: Sumo Digital
Publisher: Sony Interactive Entertainment
Plataformas: PlayStation 4 e PlayStation 5
Lançamento: 13 de novembro de 2019
Versão testada: PS4 (rodando em PS4 Pro)
Mário Coelho Bessa
“Entusiasta de jogos eletrônicos desde os 5 anos de idade, quando ganhou seu primeiro videogame, um Atari 2600. Adora a geração de 16 Bits e, por causa dela, virou colecionador”